sábado, 8 de agosto de 2015

Querida ansiedade...

Já se faz tarde, mas não consigo dormir. Há sombras e barulhos no meu quarto (ou na minha cabeça) que me impedem de no sono cair. E eu não paro de chorar. E de tremer, e de suar. O meu coração bate forte contra o meu peito, tentando livrar-se das correntes imaginárias que o prendem. E dói. A respiração ofegante já se ouve mais do que aquele grilo irritante. Aperto com força os lençóis e levo-os um pouco acima do nariz para não ver o que não quero. Para não ver o que a minha mente quer que eu veja. Ligo o telemóvel e aponto para cada canto, para o quarto iluminar e assim ter a certeza de que ninguém me vai magoar. Os meus olhos estão em constante movimento. Não quero fixá-los apenas num lugar, pois tenho receio de não ver o que devia ou de ver mais do que o que queria.
Rapidamente me levanto e corro para o interruptor. Finalmente luz. E para meu (não) espanto, nada havia de invulgar. Era o meu quarto, desarrumado, tudo no lugar. Acendi todas as luzes que tinha à disposição, fechei-me na casa de banho sem saber bem o que fazer. Olhos vermelhos, cheios de medo e aflição. Fechei-os para abrir a porta, sem me assustar com um dos cenários que na minha cabeça estava a imaginar. Corri pelas escadas a baixo. E foi então que ouvi o som da televisão. E, nestas alturas, paz e sossego não é silêncio. Pelo contrário, é movimento.

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