sexta-feira, 21 de março de 2014

(...)

Éramos um tudo, todo junto. Éramos um só, que se quebrou. E aos poucos, num nada nos tornaremos.
Palavras tornaram-se banais. Já não acredito em nada. Não me podes culpar por isso; depois de todas as mentiras, não me podes culpar. Confio em ti, sim; não confio no que sentes. Nem eu, nem tu. 
Não me sinto amada, não me sinto protegida. Já nada é como antes. Tenho medo de estar iludida. 
Eu não paro de correr atrás. É verdade, eu sei. Mas tenho medo; tenho medo porque sinto que se parar de correr, tu não voltas para me vir buscar. Estás a afastar-te cada vez mais nesta estrada longa, e tenho medo de que um dia o nevoeiro não me permita ver-te. 
É de noite e estou sozinha, a observar-te, tão distante de mim. Lembro-me de quando conseguia ver a cor dos teus olhos de tão perto que estavas. Agora és apenas um vulto, ao fundo da estrada, que já mal consigo notar.
Lutaste tanto para me ter; agora lutas para me perder. Mas não te julgo, não te critico. Sei que não foi fácil estar na tua pele, sei que não foi fácil desempenhar o teu papel. Sei que fiz com que aguentasses muito, e espero, sinceramente, que um outro tanto aguentes. 
Não sei como esta história vai ficar, não sei se este é o fim, ou se nunca vai terminar. Por mim, escrevíamos até a tinta acabar. 
Já não te reconheço. Não sei se ainda sentes, ou se o sentimento já se foi. Já nada demonstras; e palavras, de nada me servem. Não sei se ainda vês em mim aquela por quem um dia te apaixonaste. Aquela por quem tanto lutaste. Agora estou aqui, mas no meio de tantas incertezas, já nem sei o que significo para ti.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Ele ♥

A vida é equilibrada; a vida é justa. E mais cedo ou mais tarde, o karma atua. Eu sei que mereço isto. Magoei-o tanto! E agora sei pelo que ele passou...
Tomamos as pessoas como garantidas, e só quando corremos o risco de as perder é que nos apercebemos do que elas realmente significam para nós. Eu? Eu nunca tive tanta certeza de que sei o que é o amor. Eu nunca estive tão desesperada, tão cheia de medo... Eu nunca soube sequer que o que sentia era assim tão forte, tão intenso. Eu nunca tive tanta vontade de chorar, de fugir, de desaparecer, de morrer... Perdê-lo é como perder uma parte de mim. É como perder metade do coração. Já não sei viver sem ele, e não tenho intenção alguma de aprender. 
Sempre achei que jamais fosse capaz de dar a minha vida por alguém. Talvez morrer COM alguém. Mas por alguém? Nunca. Agora? Agora sim. Agora eu sei que dava a vida por ele. E sei que não aguentava a dor de o perder! 
Não me sai da cabeça aquele sorriso. Os olhos. A voz. O cheiro. Tem defeitos, claro. Mas é meu. E amo-o como nunca amei nenhum outro. 
Farei tudo o que estiver ao meu alcance para ser a melhor. Tenho muitos medos; e deles, um dos maiores, é sem dúvida o de o perder. 

segunda-feira, 10 de março de 2014

Não sou nada

Eu não sou importante. As pessoas criticam-me, rebaixam-me, desvalorizam-me... Sinto-me uma merda.
Será assim tão difícil compreender alguém? É difícil olhar-me nos olhos e perceber, de uma vez por todas, que eu não sou a rapariga feliz que aparento ser?! Estará toda a gente cega?! Nem os meus amigos o conseguem ver!
Não sei dizer se estou mais forte ou mais fraca; sei que caí, outra vez. E tenho medo de me afundar cada vez mais. Tenho medo de ser enterrada viva, outra vez.
A escuridão conforta-me, o choro alivia-me, o silêncio acalma-me. E se esta for mesmo eu? E se este for o meu sítio? Perdida no meio do nada, sozinha, magoada. Eu prefiro morrer a ter de viver assim.
Quero, preciso de descanso. Preciso de espaço, de tempo. Quero reflectir, fugir. Ninguém me estende a mão, só estendem o pé para me fazer cair. Mas caída já eu estou, no meio do chão. Despedaçado está, o pobre do meu coração.
Magoei quem menos merecia, eu sei. Fui cruel, fui fria. Dei nada a quem tudo por mim fez. E ainda que não acreditem, ainda que o volte a fazer, eu arrependo-me. Arrependo-me de ser isto. Tudo o que eu sou é uma grande desilusão.